A expressão “skin in the game”, popularizada por Nassim Nicholas Taleb em seu livro homônimo, significa ter algo a perder, correr riscos pessoais ao se envolver em uma situação, especialmente quando se toma decisões que afetam outras pessoas. Em outras palavras, é sobre ter um interesse pessoal alinhado com as consequências de suas ações, sejam elas positivas ou negativas.
No livro, Taleb argumenta que “skin in the game” é essencial para a justiça, viabilidade comercial, gestão de riscos e compreensão do mundo. Ele critica duramente aqueles que tomam decisões que impactam os outros, mas que não sofrem as consequências de seus erros, como certos políticos, burocratas, acadêmicos e consultores.
Como se relaciona com a vida?
A ideia de “skin in the game” vai muito além do contexto financeiro ou profissional e pode ser aplicada a diversos aspectos da vida. Aqui estão alguns exemplos de como ela se relaciona com a vida em geral:
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Responsabilidade e Integridade: Quando temos “skin in the game”, somos mais propensos a agir com responsabilidade e integridade, pois sabemos que seremos afetados pelas consequências de nossas ações. Isso nos incentiva a pensar com mais cuidado e a tomar decisões mais éticas.
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Aprendizado e Crescimento: Correr riscos e sofrer as consequências (tanto positivas quanto negativas) é uma forma poderosa de aprendizado. Quando temos algo a perder, somos mais propensos a refletir sobre nossos erros, aprender com eles e crescer como indivíduos.
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Credibilidade e Confiança: Pessoas que demonstram ter “skin in the game” tendem a ser vistas como mais confiáveis e credíveis. Isso porque suas ações estão alinhadas com suas palavras, e elas estão dispostas a compartilhar os riscos e recompensas com os outros.
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Autenticidade e Vulnerabilidade: Ter “skin in the game” requer um certo grau de autenticidade e vulnerabilidade. Significa estar disposto a se expor, a assumir riscos e a ser honesto sobre suas motivações e interesses.
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Tomada de Decisão: Ao tomar decisões, é importante considerar quem tem “skin in the game” e como isso pode influenciar o processo. Dar voz àqueles que serão mais afetados pelas consequências é fundamental para uma tomada de decisão justa e eficaz.
Exemplos na vida:
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Empreendedorismo: Um empreendedor que investe seu próprio dinheiro em um negócio tem “skin in the game”. Ele está mais motivado para o sucesso do que um gerente contratado que não arrisca seu próprio capital.
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Relacionamentos: Em um relacionamento saudável, ambas as partes têm “skin in the game”. Elas investem tempo, emoções e esforço, e se preocupam com o bem-estar um do outro.
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Política: Um político que vive na mesma comunidade que seus eleitores e que será afetado pelas políticas que implementa tem mais “skin in the game” do que um político distante que não compartilha das mesmas experiências.
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Conselhos: É mais prudente seguir o conselho de alguém que já passou pela mesma situação e tem algo a perder com o resultado, do que de alguém que apenas teoriza sem riscos pessoais.
Em resumo, “skin in the game” é um princípio fundamental para uma vida mais ética, responsável e significativa. Ao nos certificarmos de que estamos alinhados com as consequências de nossas ações, podemos tomar melhores decisões, construir relacionamentos mais fortes e contribuir para um mundo mais justo. É um lembrete constante de que nossas ações têm consequências e que devemos estar dispostos a assumir a responsabilidade por elas.