O Tesouro do Momento Presente
A valorização do Tempo
Na pacata cidade de Valença, vivia um homem chamado Tiago. Ele era conhecido por sua meticulosidade e obsessão com o futuro. Tiago passava horas planejando cada detalhe de sua vida, desde suas finanças até suas férias, sempre acreditando que a felicidade estava em um futuro bem planejado. Apesar de sua dedicação ao planejamento, Tiago frequentemente sentia que algo estava faltando em sua vida.
Certo dia, enquanto passeava pelo parque da cidade, Tiago encontrou um velho amigo de infância, Miguel. Miguel, ao contrário de Tiago, era alguém que sempre vivia o momento presente. Ele era aventureiro e espontâneo, alguém que apreciava as pequenas alegrias da vida sem se preocupar excessivamente com o futuro.
Os dois amigos sentaram-se em um banco e começaram a conversar. Tiago falou sobre suas preocupações e planos, enquanto Miguel ouvia pacientemente. Após um tempo, Miguel disse: “Tiago, lembro-me de quando éramos crianças. Você sempre tinha um plano para tudo, mas também sabia aproveitar cada momento. O que aconteceu com aquele garoto?”
Tiago ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre as palavras de Miguel. Ele percebeu que, na busca incessante pelo controle do futuro, havia perdido a capacidade de apreciar o presente. Miguel, percebendo a reflexão do amigo, continuou: “A vida é agora, Tiago. Viver no momento presente é fundamental para a felicidade e para aproveitar ao máximo a vida.”
No caminho de volta para casa, as palavras de Miguel ecoavam na mente de Tiago. Ele decidiu que precisava mudar sua abordagem à vida. Na manhã seguinte, ao invés de seguir sua rotina habitual de planejamento, Tiago decidiu começar o dia com uma caminhada sem destino pelas ruas da cidade.
Ao longo do caminho, Tiago começou a notar coisas que nunca tinha visto antes. As flores nos jardins, o som dos pássaros, o riso das crianças brincando no parque. Cada detalhe, cada momento, parecia se revelar de uma maneira nova e vibrante. Ele percebeu que havia passado anos ignorando essas simples, mas preciosas, alegrias do presente.
Encantado com essa nova perspectiva, Tiago continuou a explorar a cidade de maneira espontânea. Visitou uma pequena cafeteria que nunca havia notado antes e, enquanto saboreava um café, iniciou uma conversa com a dona, Dona Clara. Ela lhe contou histórias fascinantes sobre a cidade e sobre sua vida, histórias que Tiago nunca teria ouvido se estivesse preso em sua rotina habitual.
Ao final do dia, Tiago sentiu uma leveza que não sentia há muito tempo. Ele decidiu que, a partir daquele momento, faria um esforço consciente para viver mais no presente. Nos dias que se seguiram, Tiago adotou práticas que o ajudaram a manter o foco no agora. Ele começou a meditar, praticar gratidão e dedicar tempo para hobbies que o faziam feliz, como a pintura e a jardinagem.
Sua transformação não passou despercebida. Seus amigos e familiares notaram a mudança em Tiago. Ele estava mais alegre, mais tranquilo e mais conectado com as pessoas ao seu redor. O próprio Miguel ficou surpreso com a rapidez com que Tiago havia abraçado o presente.
Um dia, enquanto pintava no parque, Tiago encontrou um jovem rapaz, Pedro, que parecia ansioso e preocupado. Eles começaram a conversar, e Pedro confessou que estava sempre preocupado com o futuro e não conseguia aproveitar a vida. Tiago sorriu, lembrando-se de si mesmo, e decidiu compartilhar o que havia aprendido.
“Pedro, há algum tempo eu era como você, sempre focado no futuro. Mas aprendi que viver no momento presente é fundamental para a felicidade. Tente apreciar cada pequeno momento, como o sol que brilha hoje ou o som dos pássaros. A vida acontece agora.”
Pedro ouviu atentamente e, inspirado pelas palavras de Tiago, decidiu tentar viver de maneira mais presente. Os dois se tornaram amigos e começaram a se encontrar regularmente para pintar e conversar sobre a vida.
Com o tempo, Tiago percebeu que não apenas havia encontrado a felicidade vivendo no presente, mas também havia se tornado uma fonte de inspiração para outros. Sua própria jornada o ensinou que a verdadeira felicidade não está em um futuro incerto, mas nos momentos que vivemos agora, com plena atenção e gratidão.
E assim, Tiago continuou a viver cada dia como um presente, valorizando cada instante e inspirando outros a fazerem o mesmo. Ele descobriu que a vida, com todas as suas maravilhas e simplicidades, é um tesouro que só pode ser apreciado plenamente quando vivida no momento presente.
Moral da história
A moral da história é clara: viver no momento presente é fundamental para a felicidade e para aproveitar ao máximo a vida.
Valorização do tempo para Sêneca
A carta de Sêneca que mais fala sobre a valorização do tempo é a Carta 1 da obra “Cartas a Lucílio“. Nessa carta, Sêneca enfatiza a importância de utilizar o tempo sabiamente e alerta contra a procrastinação e o desperdício do tempo, lembrando que é o único recurso verdadeiramente nosso e que uma vez perdido, não pode ser recuperado. Aqui estão alguns trechos relevantes:
“Procede deste modo, caro Lucílio: reclama o direito de dispores de ti, concentra e aproveita todo o tempo que até agora te era roubado, te era subtraído, que te fugia das mãos.”
“Convive-te de que as coisas são tal como as descrevo: uma parte do tempo é-nos tomada, outra parte vai-se sem darmos por isso, outra deixamo-la escapar. Mas o pior de tudo é o tempo desperdiçado por negligência.”
Nessa carta, Sêneca incentiva Lucílio a ser consciente sobre o uso do tempo e a valorizá-lo, refletindo sobre sua importância para viver uma vida plena e significativa.
Veja a carta completa em: Carta 1
Dali e a Relação com o Tempo
“A Persistência da Memória” desafia as convenções tradicionais de como o tempo é representado e percebido, oferecendo uma reflexão profunda e visualmente impactante sobre sua natureza efêmera e subjetiva. Esta pintura surrealista é icônica por seus relógios derretidos, que parecem estar desmoronando e escorrendo sobre uma paisagem onírica e desolada.
Os relógios derretidos simbolizam a flexibilidade e a subjetividade do tempo, sugerindo que o tempo não é fixo e absoluto, mas sim fluido e mutável, dependendo da perspectiva do observador.
A fusão de objetos rígidos e moles na pintura pode ser interpretada como uma meditação sobre a tensão entre a permanência e a transitoriedade, entre o eterno e o efêmero.
A obra também reflete a percepção psicológica do tempo, como ele pode se estender ou comprimir dependendo das nossas experiências e emoções.
Outros Contos de Arisa
O Preço da Salvação – sobre como às vezes, é preciso sacrificar algo no presente para garantir um futuro melhor. É importante considerar as consequências de nossas ações não apenas imediatamente, mas também a longo prazo.
Conexões Literárias em Aldeburgh – e as conexões humanas e o compartilhamento de paixões podem trazer sentido e alegria à vida em uma comunidade acolhedora.
Oi Arisa, adorei como você correlacionou os temas e ainda por cima mencionou o meu amigo Sêneca.
Obrigada pela citação.